Termina amanhã prazo para prefeitura de SP justificar redução de velocidade em vias expressas

Estudos demonstram que no centro da capital e em todas metrópoles do mundo que reduziram velocidade do trânsito o número de acidentes com morte teve queda acentuada

LEONARDO SOARES/AE

Termina nesta terça-feira (28) o prazo de 72 horas concedido pela Justiça para que a prefeitura de São Paulo explicar e justificar a medida de redução da velocidade do trânsito nas pistas das marginais Tietê e Pinheiros. A medida, anunciada no início do mês, está em vigor desde a última segunda-feira (20), com o objetivo de reduzir o número de acidentes e mortes nas duas vias expressas.

Dados oficiais indicam que aconteceram 73 mortes nas marginais em 2014, depois de seis anos em queda, sendo 40 na Tietê e, 33, na Pinheiros. Os novos limites impõem três diferentes velocidades aos motoristas da cidade.

Para veículos leves, a redução é de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas, onde ônibus e caminhões não podem passar de 60 km/h; nas pistas centrais, cai de 70 km/h para 60 km/h; e, nas locais, de 60 km/h para 50 km/h.

A medida faz parte de programa que pretende reduzir a velocidade em 100 quilômetros de vias na capital paulista. Até agora, 26 km já estão contemplados. Dentro de uma semana, a velocidade deverá ser reduzida de 60 km/h para 50km/h também nas avenidas Jacu Pêssego e Aricanduva (Zona Leste da capital).

Além de protestos na primeira semana, especialmente em relação ao limite máximo de 50 quilômetros nas pistas de trânsito local, a medida já conta com pelo menos dois questionamentos.

O Ministério Público paulista instaurou inquérito para apurar os impactos da redução da velocidade, enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo impetrou ação civil pública contra a medida. O prazo para apresentação de explicações até esta terça-feira foi determinado pela ação da OAB.

Os estudos e análises que deram suporte à redução da velocidade já foram encaminhados ao Ministério Público, segundo a prefeitura. Com a documentação, o governo municipal do prefeito Fernando Haddad pretende demonstrar os benefícios da redução da velocidade nas marginais, contestada pela OAB.

Um teste realizado pelo telejornal “Bom dia Brasil” e veiculado na edição desta segunda-feira (27) resultou na aprovação da medida pela engenheira Sandra Pinello Amorim. Após 1h20 de percurso entre o trabalho e sua residência, em que trafegou pelas três diferentes pistas e velocidades, e acompanhada pela reportagem da TV, a engenheira aprovou a medida.

“Sou a favor”, decretou a motorista. “Acredito que a gente vai conseguir reduzir a quantidade de acidentes”, afirmou Sandra.

Argumentos – Em suas argumentações a favor da medida, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) informa que a experiência no centro da cidade, onde houve redução da velocidade para 40 km/h, conseguiu reduzir o número de mortes e atropelamentos em 71%.

De agosto de 2012 a setembro de 2013 foram 167 acidentes, com 7 mortes. Depois da redução, entre novembro de 2013 e dezembro de 2014, o número de acidentes caiu para 136 acidentes (menos 18,5%), com 2 mortes.

Capitais como Tóquio, Londres e Paris também obtiveram sucesso com a redução para 50km/h da velocidade máxima, alega a prefeitura. O número anual de mortes por cada grupo de 100 mil habitantes nessas cidades é de 1,7, 2,7 e 3,1 óbitos, respectivamente. São Paulo tem média de 11,8 mortes por 100 mil/hab (quase 300% ou quase quatro vezes mais) se comparada à Paris.

Na Dinamarca, a redução de 60km/h para 50km/h em rodovias resultou na redução de 24% nos acidentes com morte. O mesmo limite está em vigor também em países como Alemanha, Itália, Noruega, Grécia, Portugal, Espanha, Suécia, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Finlândia.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do portal “G1”

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