“90% dos investimentos foram na periferia de SP”, afirma Haddad

Em sabatina do UOL, SBT e Folha, prefeito destacou os investimentos na periferia da capital e reforçou como transformou a educação em SP

(foto: reprodução)

O prefeito e pré-candidato à reeleição em São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), exaltou, durante sabatina promovida pelo UOLSBT e Folha de S. Paulo na manhã desta terça-feira (26), os investimentos feitos por sua gestão na periferia da capital paulista.

“Eu bati recordes de investimentos na periferia da cidade. Noventa por cento dos meus investimentos foram na periferia”, afirmou.

Como exemplos, Haddad citou as 384 novas creches e lembrou que três hospitais já entregues e/ou em construção são em Parelheiros, na Brasilândia e na parte mais pobre do Jabaquara (os dois primeiros bairros estão entre os IDHs mais baixos da capital).

“Eu não abri 384 creches na Vila Madalena”

Ele ainda destacou que, dos 24 hospitais-dia, apenas três estão dentro do centro expandido. Os outros 21 são em bairros distantes do centro.

O prefeito lembrou, também, dos corredores de ônibus e do passe livre aos estudantes de São Paulo. “Os corredores beneficiam quem? O passe livre por acaso beneficia os filhos da classe média? Não. São mais de 600 mil estudantes que precisam dessa gratuidade”, afirmou.

De acordo com ele, a falsa impressão de que sua gestão tem foco maior sobre bairros de classe média será desconstruída durante o horário eleitoral.

“Eu tenho foco, sei o que quero. O meu projeto é muito valorizado por quem entende de cidade. Eu vou defendê-lo com argumentos. Eu tenho certeza do que estou fazendo e vou explicar olho no olho”.

Os entrevistadores foram os jornalistas Kennedy Alencar (SBT), Fernando Canzian (Folha) e Luís Indriunas (UOL).

Arcos do Futuro
Um dos jornalistas questionou o prefeito sobre o Arco do Futuro, uma bandeira de campanha do petista para descentralizar o crescimento do município.

Haddad afirmou que fez um conjunto de obras inéditas nas regiões da Marginal Pinheiros, avenida Cupecê, Jacu Pêssego, Itaquera e em diversas outras regiões da capital. “São quase 15 intervenções em todo o arco porque é a grande fronteira de desenvolvimento de toda a cidade”.

“João Dória não vê a cidade como um lugar de convivência entre as pessoas. Ele vê como uma empresa”

Haddad criticou o pré-candidato João Dória Jr. (PSDB-SP) por querer privatizar pontos estratégicos da capital. “João Dória quer vender o Anhembi. É diferente de conceder, que é o que defendo. O município não tem nada que gerenciar empresa de evento, mas é importante manter o estoque de terras, estratégico para o desenvolvimento da cidade”.

O prefeito destacou que não vai privatizar outras propriedades públicas, como o autódromo de Interlagos, e analisou o adversário: “ João Dória não vê a cidade como um lugar de convivência entre as pessoas. Ele vê como uma empresa”.

Outro jornalista lembrou da morte de um menino de 11 anos na periferia de São Paulo pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). Haddad repudiou o acontecimento e lembrou que a GCM tem apenas um caso de morte de adolescente nos últimos seis anos. Enquanto a PM, afirma Haddad, matou mais de 160 menores de idade no período.

“São mais de seis mil guardas. Um ou outro vai cometer equívocos. E serão punidos. Mas não é justo comparar um caso com 160 casos da PM”, afirmou.

Educação
Sobre a educação municipal, Haddad exaltou a criação de 32 universidades públicas em prédios dos CEUS (Centros Educacionais Unificados). Até agosto, segundo ele, serão 42 novas universidades na periferia. O prefeito também destacou a criação de 100 mil vagas na educação infantil e o fim da aprovação automática.

“Vamos comparar com a rede estadual. Enquanto abrimos escolas eles fecham escolas. Tem fila de pais pedindo para transferir seus filhos para a municipal. Eu não conheço uma mãe que queira tirar o filho da escola municipal para por na escola estadual”, comparou.

Segurança no trânsito
“São Paulo era a sétima cidade mais congestionada do mundo quando assumi. Hoje é a 58ª”. Dessa forma, Haddad defendeu as medidas para aumentar a segurança no trânsito, como a criação das ciclovias e a diminuição da velocidade nas vias mais rápidas.

“Se fosse assim (diminuição do congestionamento por causa da crise), haveria redução em todo o Brasil. O Rio é hoje a quarta cidade mais congestionada do mundo”

Sobre as justificativas de adversários que a diminuição de trânsito seria devido a crise, já que menos pessoas usariam o carro, Haddad rebateu com um argumento simples.

“Se fosse assim, haveria redução em todo o Brasil. O Rio é hoje a quarta cidade mais congestionada do mundo”.

“Os 50 quilômetros por hora estão sendo seguidos por toda cidade civilizada do mundo. Diminui acidentes e diminui o trânsito. Isso está provado pela academia. Há um certo desconhecimento da Marta (Suplicy, do PMDB) e do Dória sobre o assunto”, disse, lembrando dos pré-candidatos que querem retomar a velocidade anterior nas vias, que era variável e maior.

Sobre as ciclovias, ele afirmou que as pessoas, em qualquer lugar, começam a utilizar a bicicleta como meio de locomoção após a construção de espaços que garantam a segurança. Ele comemorou os bons índices conquistados.

“Aumentou 66% o número de ciclistas e diminuiu 34% o número de mortes. As ciclovias são baratas, salvam vidas e integram os outros modais. Eu recebi o prefeito de Amsterdã (capital da Holanda) esses dias e ele ficou encantado com os avanços em São Paulo”, afirmou.

R$ 600 milhões recuperados
O prefeito exaltou o fato de a Controladoria Geral do Município – criada por ele no início da sua gestão – ter recuperado mais de R$ 600 milhões que haviam sido desviados de corrupção. “Até meus adversários elogiam a Controladoria, que recupera dinheiro e inibe novas más práticas”.

Em uma auto-crítica ao partido, Haddad disse que o maior pecado do PT foi não ter feito uma reforma política efetiva. “O maior erro do PT foi não ter feito a reforma política. A Dilma também foi vítima da falta de reforma política, como todos os presidentes serão”.

Por fim, Haddad lembrou que disputou sua primeira eleição com quase 50 anos e não se sente um político tradicional. “Eu fui ministro e estou prefeito. Eu sou professor”.

Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias

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