Agenda antiambiental de Bolsonaro é submissão ao governo Trump

“Defesa da soberania na região amazônica é promover exploração sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais e não botar abaixo florestas”, adverte senador Rogério

Alessandro Dantas

Senador Rogério

A agenda antiambiental do governo Jair Bolsonaro é manifestação clara de submissão ao governo de Donald Trump (EUA). “Há o desejo evidente de entregar nosso imenso patrimônio natural e mineral à predação de empresas estrangeiras”, alerta o senador Rogério Carvalho (PT-SE), vice-líder da Bancada.

O senador ressalta que a defesa da soberania, especialmente na região amazônica, “é promover a exploração sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais” e não botar abaixo as florestas para satisfazer interesses de mineradoras estrangeiras ou pecuaristas.

Sem surpresas

Por mais devastadora que a política de morte de Bolsonaro esteja se expressando também em relação ao meio ambiente, Rogério Carvalho lembra que não há espaço para surpresas. Mesmo antes de chegar ao poder, o atual ocupante do Planalto já demonstrava a clara intenção de promover retrocessos substanciais na agenda ambiental do Brasil.

Antes de eleito, Bolsonaro já anunciava a interrupção das demarcações de terras indígenas e quilombolas e a intenção de liberar a exploração comercial da Amazônia com o auxílio dos Estados Unidos. Irmanado com Trump, colocou em dúvida o aquecimento global, “apesar das sólidas evidências científicas disponíveis”, citou o senador.

Guinada radical

O antiambientalismo entreguista de Bolsonaro é uma guinada radical em relação aos grandes avanços alcançados nos governos do PT. “Foi nesse período que o Brasil tomou uma série de decisões que colocaram nosso País na vanguarda da luta global contra o aquecimento global”.

O fenômeno do aquecimento global afeta mais os países que estão situados nas zonas tropicais, como o Brasil, alterando regime de chuvas—as secas e inundações cada vez mais frequentes não são mera coincidência.

Equilíbrio continental

“A Amazônia, que é fundamental para o equilíbrio do clima continental, poderá passar por um processo de savanização”, lembrou Rogério Carvalho, referindo-se ao processo de transformação da floresta em um campo ralo, com árvores espaçadas, como as savanas africanas.

Longe de ser uma mera mudança de paisagem, esse fenômeno tem sérias consequências para a atividade agropecuária, por exemplo.

Desmatamento

Entre 1995 e 2004, a média anual de desmatamento foi de 20,7 mil quilômetros quadrados. Após a implantação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída em 2009, no segundo governo Lula, o Brasil reduziu as taxas anuais de desmatamento na Amazônia Legal 76%, ficando em torno de 5,1 mil quilômetros quarados.

No governo Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia já cresceu 268% em relação a 2017, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) — cujo diretor o presidente demitiu exatamente pela divulgação desse tipo de informação.

Os avanços durante os governos petistas, frisou Rogério Carvalho, contaram com o papel decisivo da Diplomacia brasileira. “Também é preciso reconhecer que as Forças Armadas historicamente contribuíram para defender a nossa soberania sobre a região amazônica”, ressaltou o senador.

Por PT no Senado

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