Bancada do PT repudia o assassinato dos militantes do MST na Paraíba

Em nota assinada por Paulo Pimenta, os deputados e deputadas manifestam solidariedade com os familiares dos companheiros e com o MST

Lula Marques/PT na Câmara

Marcha MST

A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, através de nota assinada pelo líder Paulo Pimenta (PT-RS), repudia o assassinato dos militantes José Bernardo “Orlando” da Silva e Rodrigo Celestino, do MST na Paraíba. O crime ocorreu neste sábado (8), no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra (PB).

No texto, o líder do PT registra pesar e manifesta solidariedade com os familiares dos companheiros e com o MST. A nota ressalta ainda que se o episódio é “mais um crime político cometido contra integrantes de um movimento que luta por terra, trabalho e dignidade e que, portanto, atua para construir um Brasil com mais justiça social e menos desigualdade”, luta que “é abraçada, inclusive, pelo Papa Francisco”.

O velório dos dois militantes assassinados ocorrerá a partir das 15h (hora de Brasília) na cidade de Mari, a 70 quilômetros da capital João Pessoa. A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), participará da solenidade.

Confira abaixo a íntegra do comunicado

NOTA DE REPÚDIO AOS ASSASSINATOS DE MILITANTES DO MST NA PARAÍBA

Em nome da Bancada do PT na Câmara dos Deputados, diante do assassinato bárbaro de José Bernardo “Orlando” da Silva e Rodrigo Celestino, ocorrido neste sábado (8) no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra (PB), registro meu pesar e manifesto minha solidariedade com os familiares dos companheiros e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Trata-se de mais um crime político cometido contra integrantes de um movimento que luta por terra, trabalho e dignidade e que, portanto, atua para construir um Brasil com mais justiça social e menos desigualdade. A indignação é ainda maior porque esse crime ocorreu exatamente no dia do Encontro Anual dos Amigos do MST, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), com mais de 600 pessoas que reafirmaram a importância da resistência e da luta em defesa da democracia.

As autoridades competentes têm a obrigação de investigar e encontrar os responsáveis por este crime, mais um que entra para a triste estatística de violência contra militantes da luta agrária. Nesse contexto, o relatório “Conflitos no campo”, publicado anualmente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), aponta que, desde 1985 – quando teve início o levantamento – até 2017, 1.904 pessoas ligadas às lutas no campo foram assassinadas, o que resulta numa média de 58 mortes a cada ano, mais de uma por semana. Do total de casos registrados, apenas 113 foram julgados, dado que comprova a impunidade desse tipo de crime.

Vale lembrar que a luta no campo é abraçada, inclusive, pelo Papa Francisco, que deixou isso claro ao manifestar a ideia de “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”, em outubro de 2014.

Reiteramos o nosso apoio aos movimentos camponeses e denunciaremos na tribuna do Parlamento e em todos os meios possíveis os crimes contra estes atores políticos que são fundamentais para alcançarmos um Brasil plenamente democrático em todas as dimensões da vida em sociedade.

Brasília, DF, 9 de dezembro de 2018.

Dep. Paulo Pimenta (PT-RS)
Líder do PT na Câmara dos Deputados

Por PT na Câmara

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