Bolsonaro já defendeu investigado no assassinato de Marielle

Jair Bolsonaro usou o Plenário da Câmara em 2005 para defender o ex-policial militar Adriano Nóbrega, na época perso por homicídio. Hoje, ele está foragido

Quando ainda era um irrelevante deputado federal, que conseguia espaço na mídia por verbalizar opiniões de cunho misógino, racista e homofóbico, Jair Bolsonaro chegou a exaltar grupos de extermínio. Porém, em 2005 ele utilizou o Plenário da Câmara dos Deputados para defender o então policial militar Adriano Nóbrega, a quem chamou de “brilhante oficial”.

Adriano Nóbrega está foragido e é um dos indiciados na operação “Os Intocáveis”, que surgiu para investigar integrantes de duas organizações: a milícia que controla a comunidade de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, surgida em meados dos anos 2000, e a organização conhecida como “Escritório do Crime”, uma espécie de braço da milícia, especializado em assassinatos por encomenda. Esse organização é suspeita de ter executado a vereadora Marielle Franco.

Ele foi preso preventivamente em 2004 acusado pelo homicídio do guardador de carro Leandro dos Santos Silva, 24. O então policial foi condenado no Tribunal do Júri em outubro de 2005. Neste intervalo, ganhou a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a pedido de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Em seu discurso em defesa de Adriano, Bolsonaro criticou um coronel que depôs contra o ex-PM. “Disse o que quis e o que não quis contra o tenente [Adriano], acusando-o de tudo que foi possível, esquecendo-se até do fato de ele [Adriano] sempre ter sido um brilhante oficial”, afirmou o então deputado.

No ano seguinte, Adriano conseguiu em segunda instância o direito a ter um novo julgamento. Foi solto em novembro de 2006 e absolvido em 2007.

Depois desse caso, Adriano Nóbrega ainda foi réu num processo sobre tentativa de homicídio, preso duas vezes e expulso da PM. Ao longo de todo esse período, Flávio Bolsonaro manteve a mulher de Adriano, Danielle da Nóbrega, nomeada em seu gabinete.

Também em 2005, três dias após a condenação pelo homicídio do guardador de carros Leandro, Bolsonaro fez uma crítica à condenação de PMs “sejam eles culpados ou não”.

Da Redação da Agência PT, com informações da Folha

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