Câmara dos Deputados: Homenagem aos 60 anos da Campanha da Fraternidade

Por iniciativa de deputados do PT, solenidade também marcou o lançamento da Campanha de 2024, que tem como tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema, “Vós sois todos irmãos e irmãs”

Gabriel Paiva

O deputado Alexandre Lindenmeyer foi um dos autores da homenagem aos 60 anos da Campanha da Fraternidade

Parlamentares, religiosos e representantes de entidades da sociedade civil homenagearam nesta terça-feira (12), durante sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados, os 60 anos da Campanha da Fraternidade, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A solenidade também marcou o lançamento da Campanha de 2024, que tem como tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema, “Vós sois todos irmãos e irmãs”, baseado no evangelho de Mateus 23:8.

O encontro foi uma iniciativa do deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), subscrita pelos deputados petistas Luiz Couto (PB)Padre João (MG)Reimont (RJ), José Guimarães (CE)Juliana Cardoso (SP) e Vicentinho (SP).

Antes da Sessão Solene, o 1º Vice-presidente da CNBB, Dom João Justino, e o coordenador Nacional da Campanha da Fraternidade de 2024, Padre Jean Paul, foram recebidos no gabinete da Liderança do PT pelo líder, deputado Odair Cunha (MG). Após a abertura da solenidade com a execução do hino nacional brasileiro, foi apresentado um vídeo institucional produzido pela CNBB com o hino da Campanha da Fraternidade.

Solidariedade

Os pronunciamentos lembraram fatos marcantes dos 60 anos de história da Campanha e a importância do tema escolhido para 2024. O deputado Alexandre Lindenmeyer ressaltou que, assim como na Campanha deste ano, cujo tema foi inspirado na Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, em defesa de um mundo mais justo e humano, todas as demais campanhas da Fraternidade também foram baseadas em mensagens de solidariedade.

“Estamos aqui para reverberar a mensagem de solidariedade e esperança que consolidou a Campanha nesses 60 anos, na defesa do fim das guerras, das chacinas, das desigualdades e dos preconceitos que vitimam pessoas inocentes, principalmente crianças, jovens, mulheres, pessoas idosas, pretas e periféricas. Repetimos as palavras do Papa Francisco: ‘as guerras são sempre uma derrota!’, e ao lado dele bradamos: Basta de guerras! Basta de tanta violência!”, disse o petista.

Já o 1º Vice-presidente da CNBB, Dom João Justino, destacou que tanto a atual campanha, quanto todas as outras realizadas nos últimos 60 anos, tem a marca do amor cristão pregado nos evangelhos. “A Campanha da Fraternidade tem como objetivo difundir o amor descrito nos evangelhos, além da evangelização da sociedade pela igreja para a obtenção de uma sociedade mais justa e fraterna”, explicou.

O deputado Luiz Couto, que é padre católico, destacou que a Campanha da Fraternidade sempre teve como objetivo conscientizar o povo brasileiro sobre os problemas existentes no País. “É uma honra para mim, com parlamentar, participar de uma Sessão Solene em Homenagem aos 60 anos da Campanha da Fraternidade, que em todos esses anos teve como objetivo sensibilizar a comunidade católica, e a sociedade em geral, na reflexão de questões sociais e culturais que afetam o povo brasileiro”, observou.

Já o deputado Padre João, ressaltou que a Campanha nesses 60 anos também se preocupou com as necessidades do próximo. “A Campanha da Fraternidade, nesses 60 anos, sempre nos fez pensar no outro e na nossa ‘Casa Comum’, que é o nosso planeta”, afirmou.

Na mesma linha, o deputado Reimont destacou que, mesmo durante a ditadura militar, a partir de 1964 – quando a Campanha da Fraternidade passou a ser nacional – seus objetivos nunca mudaram. “O objetivo sempre foi ir ao encontro das necessidades do outro, celebrando a opção da igreja pelos mais pobres”, disse.

Combate ao ódio

Ao lembrar sacerdotes católicos fundamentais para o sucesso dos 60 anos da Campanha da Fraternidade, como os já falecidos Dom Eugênio Sales, Dom Aloísio Lorscheider e Dom Helder Câmara, o líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães ressaltou que todas as Campanhas tiveram como centro a solidariedade cristã.

“Nesses 60 anos a igreja católica trouxe solidariedade aos mais humildes, justiça e amor com valores cristãos. Agora, independente de ideologias como a do fascismo no Brasil, com o culto às armas e do radicalismo dos que excluem, temos agora essa campanha que diz que todos nós somos irmãos e irmãs”, pontuou.

Ao lembrar a polarização política existente no País, a deputada Juliana Cardoso disse que a Campanha Fraternidade deste ano ganha ainda mais importância. “Vivemos em um tempo no Brasil com um cenário de polarização, principalmente na política, que traz ódio ao que pensa diferente. A Campanha deste ano traz a ideia de que podemos ser diferentes sem nutrir o ódio, mas amando o próximo”, defendeu.

Nesse sentido, o deputado Vicentinho lembrou o caso de uma líder de terreiro no Rio de Janeiro, de 87 anos de idade, que teve seu terreiro destruído por pessoas que diziam agir “em nome de Deus”. Ele ressaltou ainda outros casos recentes, como a matança e destruição na Faixa de Gaza, em pleno período sagrado para os muçulmanos denominado ‘Ramadã’, como um exemplo de claro desrespeito às tradições religiosas do próximo.

“Como católico que sou, digo que nós só vamos ser alguma coisa se pregarmos a fraternidade, se respeitarmos todas as religiões e se nos consideramos irmãos e irmãs. Por isso a Campanha da Fraternidade está de parabéns”, reiterou.

Também discursaram durante a sessão solene os deputados petistas Bohn Gass (RS)Florentino Neto (PI), além do Coordenador da Nacional da Campanha da Fraternidade, Padre Jean Paul; da líder do Candomblé no DF, Adna Santos (Mãe Baiana de Oyá); e da representante da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil Eliane Cordeiro.

Do PT na Câmara

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