Efeito Lula: desemprego no trimestre encerrado em janeiro chegou a 7,6%, o menor desde 2015

E tem mais: segundo o IBGE, rendimento do trabalhador subiu 1,6%, e massa salarial atingiu R$ 305,1 bi, novo recorde da série histórica

Divulgação/IBGE

Nos períodos pré e pós golpe, desemprego atingiu índices mais baixos com Lula e Dilma na Presidência

A taxa de desocupação para o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024 ficou em 7,6%, mesmo percentual do trimestre móvel anterior, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (29). É o menor índice para o período desde 2015 (governo Dilma Rousseff), quando o resultado foi 6,9%.

O resultado contrariou as expectativas por um percentual maior. A mediana de 25 projeções colhidas pelo Valor Data, por exemplo, havia apontado para uma taxa de desemprego de 7,8% no período.

O presidente Lula comemorou mais esse bom resultado no mercado de trabalho. “Desemprego segue caindo no Brasil. Registramos 7,6% de desocupação no último trimestre, menor taxa desde 2015, segundo o PNAD Contínua. Temos 100,6 milhões de trabalhadores na ativa e queremos criar ainda mais postos de trabalho. Esse é o nosso compromisso”, afirmou, na rede social X.

Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2023, a taxa de desocupação recuou 0,7 ponto percentual. Com isso, a população desocupada, ou seja, aqueles que estavam em busca de trabalho, chegou a 8,3 milhões, mantendo-se estável na comparação trimestral e recuando 7,8% (menos 703 mil pessoas) no ano.

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Essa estabilidade da taxa e do contingente de desocupados na comparação trimestral pode ser explicada pela sazonalidade do mercado de trabalho, com a desocupação se reduzindo no final do ano e aumentando nos primeiros meses do ano seguinte.

“Há uma tendência sazonal. Em alguns anos, essa sazonalidade pode ser maior, ou menor. Nesta entrada do ano de 2024, o que a gente percebe é uma estabilidade, justamente porque a população desocupada não teve expansão tão significativa neste trimestre encerrado em janeiro de 2024”, explica a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

População ocupada: resultado atípico

A população ocupada do país chegou a 100,6 milhões de trabalhadores, com altas de 0,4% (ou mais 387 mil pessoas) frente ao último trimestre móvel comparável e de 2,0% (ou mais 1,957 milhão de pessoas) no ano.

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Os grupamentos de atividade que puxaram a alta na comparação trimestral foram Transporte, armazenagem e correio (4,5%, ou mais 247 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (1,9%, ou mais 241 mil pessoas) e Outros serviços (3,1%, ou mais 164 mil pessoas).

Adriana observa que, “na série histórica da PNAD Contínua, costumamos ter uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, fato que não está ocorrendo agora, em 2024. Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação”.

Setores

Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, os três grupamentos em alta foram Transporte, armazenagem e correio (7,5%, ou mais 404 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (6,6%, ou mais 788 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,4%, ou mais 591 mil pessoas).

Já a ocupação no grupamento da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura recuou nas duas comparações: -6,0% (ou menos 503 mil pessoas) frente ao último trimestre móvel comparável e -6,9% (ou menos 582 mil pessoas) ante o mesmo trimestre móvel de 2023.

Segundo a analista da PNAD Contínua, os grupamentos de atividades dos Transportes, Armazenagem e Correio, o setor de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas e, ainda, o setor de Outros Serviços, contribuíram para o aumento da população ocupada.

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“Dentro desses três setores, se sobressaíram o transporte rodoviário de cargas, os serviços de armazenagem e logística, as atividades financeiras e imobiliárias, além dos serviços profissionais, como a locação de mão-de-obra e terceirização”, detalha Adriana. Essas altas, segundo ela, compensaram os postos de trabalho perdidos na Agropecuária, “principalmente nas lavouras de milho, mandioca e café”.

Mais trabalhadores com carteira assinada

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado chegou a 38,0 milhões, com alta de 0,9% (ou mais 335 mil trabalhadores com carteira assinada) no trimestre e de 3,1% (ou mais 1,1 milhão) no ano.

Para Adriana, a alta na ocupação de alguns grupamentos de atividade influenciou, também, a alta do emprego com carteira assinada, “inclusive nos transportes, armazenagem e correio, onde as ocupações com e sem carteira cresceram e, ainda, nas atividades profissionais administrativas”.

Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 2,6% (mais 335 mil pessoas) no ano. Aliás, a estabilidade em ambas as comparações se destacou para trabalhadores por conta própria (25,6 milhões de pessoas), trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) e empregadores (4,2 milhões de pessoas).

Rendimento em alta e massa salarial recorde

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores chegou a R$ 3.078 no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024, com a alta de 1,6% no trimestre e de 3,8% no ano, já descontados os efeitos da inflação nesses períodos.

O aumento na comparação trimestral foi puxado pelas altas no rendimento da Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,2%, ou mais R$ 94) e Serviços domésticos (2,5%, ou mais R$ 28).

Adriana observa que a alta do rendimento médio habitual da população ocupada nesse trimestre móvel “foi impulsionada pelo setor público formal. No setor privado, o aumento do rendimento foi nas categorias dos trabalhadores sem carteira e dos empregados domésticos sem carteira, segmentos mais informais”.

Na comparação anual, houve alta no rendimento da Indústria (5,3%, ou mais R$ 152), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (5,2%, ou mais R$ 125), Transporte, armazenagem e correio (5,0%, ou mais R$ 140), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,2%, ou mais R$ 133) e Serviços domésticos (2,8%, ou mais R$ 32).

Além disso, como o rendimento médio e o número de trabalhadores continuaram a crescer, a massa de rendimento subiu 2,1% frente ao trimestre anterior e 6,0% na comparação anual, chegando a R$ 305,1 bilhões, novo recorde da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Repercussões

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, celebrou os dados do IBGE. “BRASIL TEM O MENOR DESEMPREGO EM JANEIRO DESDE 2015. Sob a orientação do presidente Lula o país bateu mais um recorde. A taxa de desemprego no trimestre marcou apenas 7,6% e a renda dos brasileiros teve alta. O homem é o cara e o Brasil está no rumo certo!”, disse, na rede social X.

A secretária nacional de Planejamento e Finanças do PT, Gleide Andrade, também comemorou. “Efeito Lula: PIB cresce 2,9%. Além disso : o desemprego está em queda no Brasil! De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego ficou em 7,6%, o menor resultado desde 2015”, afirmou, na mesma rede social.

Da Redação

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