Fake news bolsonaristas propagam o coronavírus e a morte

Os alvos, neste momento, são os governadores e prefeitos, em especial do Piaui e do Amazonas, que se opõem à política sanitária suicida do bolsonarismo 

Bruno Caramori

Inspirados pelo "gabinete do ódio", bolsonaristas promovem a morte

Enquanto a Procuradoria Geral da República (PGR) investiga os mandantes e financiadores das aglomerações golpistas no final da semana passada, em Brasília, a fábrica de fake news bolsonarista avança em suas ações criminosas para defender o coronavírus e a morte. Seguindo a pauta negacionista, páginas ligadas a pastores promovem informações falsas sobre o “volume de curados”. As páginas bolsonaristas mais radicais, no entanto, investem em ataques mais agressivos, inspirados pelo “gabinete do ódio”.

Os alvos, neste momento, são os governadores e prefeitos, em especial do Piaui e do Amazonas, que se opõem à política sanitária suicida do bolsonarismo. Em suas páginas, os bolsonaristas questionam a compra de equipamentos e a contratação de profissionais para as áreas afetadas. Também atacam “petistas” por posições contrárias ao uso indiscriminado da cloroquina. A ida do PT ao STF para proibir Bolsonaro de recomendar a droga é umas notícias mais divulgadas em suas redes.

Um dos mais ativos e destacados governadores na guerra contra o coronavírus, Welllington Dias (PT), do Piauí, é um dos alvos principais das fake news. Nesta quarta-feira (22), bolsonaristas tentam forçar lojistas do bairro Parque Piauí, em Teresina, a abrir as portas. Na semana passada, um comerciante foi preso por descumprir o decreto de fechamento de serviços não essenciais. O bairro é um dos maiores da cidade, com 150 mil habitantes.

As fake news também apostam em minimizar a letalidade e os riscos do vírus, com pseudo informações medicinais, para desqualificar a mobilização da sociedade. “Tudo o que precisamos fazer, para vencer o vírus corona é ingerir mais alimentos alcalinos que estão acima do nível de pH do vírus”, diz um post que circula desde o início de março. A fonte, afirma a notícia falsa, é uma revista de virologia não nominada, com é de praxe nas publicações bolsonaristas.

Outras fake news atendem a interesses mais ousados, estratégicos, tendo a China como alvo preferencial, sob influência das teorias terraplanistas do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Em postagens virulentas, acusam que o “vírus chinês” teria sido criado para “desestabilizar” Bolsonaro e o governo. O objetivo, segundo eles, seria facilitar a “compra do Brasil a preço de banana”. A China é o maior parceiro comercial do Brasil.

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