Herói da linha de frente, profissional da saúde é desprezado por Bolsonaro

Presidente vetou projeto de lei que estabelece compensação financeira de R$ 50 mil para médicos, enfermeiros e técnicos incapacitados permanentemente por causa da Covid-19 e para famílias de trabalhadores que morreram em decorrência da doença. Bancada petista na Câmara denuncia crueldade. “Na caneta do presidente Bolsonaro veio um tapa no rosto de cada trabalhador de saúde”, critica Alexandre Padilha (PT-SP), coautor do projeto com Reginaldo Lopes (PT-MG). “O veto mostra o desrespeito do presidente com quem está na linha de frente de combate ao vírus. Para Bolsonaro, é cada um por si e Deus por todos. Só não mexam com a família dele”, diz José Guimarães (PT-CE), líder da minoria

Expostos diariamente à letalidade do coronavírus, trabalhadores da área de saúde que atuam na linha de frente precisam enfrentar a pressão do risco de uma contaminação a todo momento enquanto lutam para salvar vidas. Ignorando o sacrifício de auxiliares, técnicos de enfermagem e de médicos no momento mais grave da crise sanitária, o presidente Jair Bolsonaro voltou a abrir o saco de maldades de seu governo para vetar Projeto de Lei 1826/2020, que estabelece  compensação financeira de R$ 50 mil para profissionais de saúde incapacitados permanentemente por causa do Covid-19.

Além de trabalhadores de saúde, o projeto de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) determina que a União também pague a indenização a dependentes do profissional em caso de óbito. “Desde o princípio, Bolsonaro negligenciou o combate à pandemia”, denuncia Lopes. “Ele descumpriu recomendações de saúde e incitou aglomerações, fez de tudo para atrapalhar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras que se dedicam a salvar vidas. Agora, veta o projeto que foi aprovado para garantir indenização aos profissionais afetados diretamente pela pandemia e as suas famílias em caso de morte”, acusa o deputado.

“Na caneta do presidente Bolsonaro hoje veio um tapa no rosto de cada trabalhador de saúde”, critica o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), coautor do projeto. “Em nenhum momento, os argumentos do veto foram apresentados durante a tramitação do projeto no Congresso Nacional, o que é uma postura covarde”, argumenta.

Não é a primeira vez que Bolsonaro exibe sua perversidade contra o povo brasileiro. Em julho, ele vetou dispositivos do Projeto de Lei 1142/2020, da deputada federal Rosa Neide (PT-MT), que garantia medidas emergenciais voltadas aos povos indígenas. Entre outros vetos, Bolsonaro retirou a obrigação do acesso das aldeias à água potável e do fornecimento de materiais de higiene, de limpeza e de desinfecção de superfícies em aldeias ou comunidades indígenas.

Também no início do mês passado, ao sancionar lei que estarrece uso de proteção facial no país, o presidente vetou a obrigatoriedade do uso da máscara de em sedes de órgãos e entidades públicas e em estabelecimentos comerciais, industriais, templos religiosos, instituições de ensino e outros locais fechados em que haja reunião de pessoas. Ao justificar os vetos, alegou, entre outras razões, que a obrigatoriedade “incorre em possível violação de domicílio”.

Para Padilha, a atitude de Bolsonaro confirma uma postura genocida “de um presidente que acredita que a população tem que ser infectada o mais rápido possível”. No caso dos profissionais de saúde, acrescentou: “Além da postura genocida, é demonstra profundo desprezo ao esforço dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde que estão se expondo nesse momento”.

“O veto de Bolsonaro à indenização aos profissionais de saúde incapacitados pela Covid-19 foi cruel”, afirma o líder da Minoria na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE). “Mostra o desrespeito do presidente com quem está na linha de frente de combate ao vírus. Para Bolsonaro, é cada um por si e Deus por todos. Só não mexam com a família dele”, atacou Guimarães.

A bancada petista na Câmara prometer lutar para derrubar o veto presidencial. “A pergunta é: se fosse para os militares, a decisão seria a mesma?”, questiona a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).

 

Da Redação, com informações de PT na Câmara e Agência Senado

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