Lula à TV 247: os petroleiros precisam mostrar que a luta deles é pelo Brasil

Em entrevista nesta quarta-feira (5), o ex-presidente deu seu apoio à greve da FUP, falou sobre o encontro com o Papa Francisco e destacou a força popular do PT

Felipe Gonçalvez/Brasil 247

Em mais uma inspiradora entrevista o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, nesta quarta-feira (5), da importância do movimento da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da greve que completou cinco dias. Segundo Lula, os trabalhadores da Petrobras precisam mostrar para o povo brasileiro de que a luta deles é em defesa da soberania e do patrimônio do país.

“Ontem eu tive uma reunião com os companheiros petroleiros. Eu tenho alertados eles para que mostrem que a greve não é só por salário. Eles precisam mostrar a importância da Petrobras para o desenvolvimento do Brasil. A Petrobras não é só petróleo e gás, mas sim a maior incentivadora do desenvolvimento tecnológico do Brasil. Foi graças às pesquisas da Petrobras que conseguimos ter a tecnologia de prospecção de petróleo em profundidade”, declarou Lula à TV 247.

Ainda segundo o ex-presidente, os petroleiros precisam explicar para os brasileiros que a greve é para que a Petrobras permaneça grande, pois gera empregos e investimento no Brasil. Lula também lembrou do papel da Lava Jato na destruição da imagem da estatal.

“Eles precisavam destruir a Petrobras para favorecer os Estados Unidos. Favorecer o acionista minoritário americano em prejuízo do povo brasileiro. Nós queríamos usar o Pré-Sal para ser o passaporte do país para o futuro, mas agora estão destruindo tudo. Estão exportando óleo cru e importando diesel e gasolina dos Estados Unidos. É a americanização da Petrobras. Ela é um patrimônio do povo brasileiro”, criticou o ex-presidente.

Encontro com Papa Francisco e a força do PT em 40 anos

 

Durante a conversa com os ex-ministros Celso Amorim e Aloizio Mercadante e o jornalista Leonardo Attuch, Lula também falou do encontro que terá com o Papa Francisco, no dia 13 de fevereiro. Segundo o ex-presidente, a visita será uma oportunidade para discutir os problemas do Brasil e do mundo. “O encontro com o Papa é uma necessidade que tenho de agradecer ele, não só pela solidariedade comigo, mas principalmente pela defesa dele aos povos oprimidos do mundo”, ressaltou Lula, que lembrou que o Sumo Pontífice tem discutido uma economia alternativa para o mundo.

“A questão da desigualdade é uma coisa que o PT não pode abdicar nunca. Se abdicar da luta pela igualdade, o PT não tem razão de existir. Estou convencido de que minha conversa com o Papa vai ser em torno disso. Ele tem o pensamento sobre a Economia de Francisco e eu quero que ele conheça a experiência brasileira, a mais bem sucedida das últimas décadas. A gente provou que o pobre não é o problema. Que quando é inserido na economia, ele vira solução”, exaltou o ex-presidente ao lembrar que sob os governos do PT, o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014.

Ainda na entrevista à TV 247, Lula ressaltou a força e resistência do Partido dos Trabalhadores e lembrou da primeira vez que visitou o Congresso Nacional. “Eu fui à Brasília pela primeira vez em junho de 1978 para protestar contra o Geisel, que havia anunciado que ia criar uma lei de categorias essenciais que não poderiam fazer greve. E lá eu fiz uma grande descoberta, que não precisaria ter ido para saber. Vi que dos 513 deputados federais, tinham apenas dois trabalhadores. Então, pensei que não é possível, até me achei imbecil, querer que seja feita lei em favor do trabalhador, se só tem gente contra o trabalhador. Foi ali o embrião para criar o Partido dos Trabalhadores”, conta.

Por fim, Lula ressaltou a força do partido e destacou que o PT estará sempre ao lado do povo:

“O PT é um partido que veio para ficar. É preciso que entendam que o PT não é um ajuntamento eleitoral. O PT nasceu com essa característica de dar voz a quem nunca teve. Espero que PT produza muitas novas lideranças, com formação e disposição de luta. É um partido que tem que saber que as pessoas que gostam do PT são as que vão até 10 salários mínimos. Para uma parte da elite do Brasil, o pobre poder gritar que está com fome já é democracia. Para nós o pobre poder comer é ter democracia. Poder ter educação. Democracia não é ter desejo, é ter direitos”, exaltou.

Confira a íntegra da entrevista de Lula à TV 247

 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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