Lula anuncia meta de aumentar comércio exterior de US$ 600 bi para US$ 1 tri

Durante a abertura do Fórum Brasil de Investimentos, presidente disse que país reúne as condições necessárias para atrair novos negócios

Ricardo Stuckert

O presidente Lula destacou que o Brasil reúne as condições necessárias para atrair novos negócios

O presidente Lula participou, nesta terça-feira (7), no Palácio Itamaraty, da abertura da sexta edição do Fórum Brasil de Investimentos, o maior evento de atração de investimentos estrangeiros da América Latina (assista ao evento abaixo). Ao falar sobre as oportunidades de negócios no país, sobretudo no contexto da transição energética, Lula reafirmou a prioridade da neoindustrialização e anunciou a meta de aumentar o comércio exterior brasileiro dos atuais US$ 600 bilhões para US$ 1 trilhão.

O presidente destacou que o Brasil reúne as condições necessárias para atrair novos negócios, com destaque para o resgate da democracia e da estabilidade política e institucional, após quatro anos de ameaças de ruptura e de isolamento do país na comunidade internacional. Lula citou também a estabilidade social e a segurança jurídica como fatores que tornam o ambiente propício para investimentos.

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“Nós queremos garantir a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais e que a gente possa chegar, ao invés de 600 bilhões de dólares de comércio exterior, por que que a gente não estabelece de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?”, afirmou o presidente. “O Brasil ganhou respeitabilidade no mundo. E por que o Brasil ganhou respeitabilidade no mundo? Porque nós ganhamos as eleições e restabelecemos a democracia”, acrescentou.

O Fórum Brasil de Investimentos, que termina na quarta-feira (8), é realizado por meio de parceria entre o governo federal, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O objetivo é reunir executivos brasileiros e estrangeiros interessados em investir no Brasil.

Além de Lula, a abertura do evento contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, de vários ministros, do presidente da Apex, Jorge Viana, entre outros.

Durante dois dias, serão apresentadas, sob a ótica de diversos setores, as oportunidades de investimento e o atual ambiente de negócios brasileiro, em novo contexto econômico e social. Além de mostrar a diversidade de iniciativas que podem atrair investimentos no país, como aquelas oferecidas pelo Novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), os palestrantes discutirão temas como transição energética, desenvolvimento sustentável, inovação e tecnologia, agronegócio e negócios de impacto.

Brasil entre os campeões em investimentos

O evento acontece no momento em que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de posicionar o Brasil como o segundo país que mais atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IED) no primeiro semestre de 2023, com um total de US$ 34 bilhões, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No ano passado, o país estava na quinta posição.

Para Lula, a urgência climática mundial e a vanguarda do Brasil na utilização de fontes de energia renováveis são fatores que tornam o ambiente do país altamente propício para atrair ainda mais investimentos. “O Brasil tem tudo para que a gente tire proveito do momento histórico que estamos vivendo, para que a gente possa, definitivamente, nessa transição energética, fazer a nossa revolução industrial e oferecer oportunidades aos outros que queiram investir aqui”, disse o presidente.

Estado indutor do desenvolvimento

Lula voltou a defender a atuação do Estado como indutor do desenvolvimento e disse que não é preciso diminuí-lo para valorizar a iniciativa privada. Ele reafirmou que, no seu governo, os bancos públicos voltaram a ser fomentadores do crescimento econômico e da justiça social. O presidente também lembrou do importante papel dos bancos públicos na preservação da economia brasileira durante a crise mundial de 2008.

“Nós vamos utilizar os bancos públicos não para prejudicar os bancos privados, mas para oferecer alternativas e oportunidades de créditos a juro mais barato, a juro de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme, definitivamente, numa indústria competitiva. É isso que nós precisamos, e é isso que nós vamos fazer”, disse o presidente, reafirmando a prioridade de distribuir as riquezas produzidas com a população.

“Nós temos que fazer a economia crescer, e o resultado do crescimento é distribuir, porque o meu sonho não é fazer política social para os pobres, o meu sonho é ter uma sociedade de padrão médio de consumo, para que a gente possa evoluir definitivamente, e parar de ser um país do futuro, porque o futuro nosso é agora, é hoje, é amanhã, e depende de cada um de vocês”, enfatizou.

Avanços na economia

Ainda durante o evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin citou a queda da inflação e uma série de outros avanços do governo Lula que dão aos investidores confiança para realizarem negócios no Brasil. Segundo ele, no momento em que o mundo cresce menos e as commodities caem, o país surpreende com um crescimento do PIB acima das expectativas e registra queda de 27% do Risco-Brasil, enquanto a redução média mundial é de 13%.

“A confiança é a forma mais barata de estímulo econômico. Entre os consumidores aumentou quase 9 por cento, entre os empresários, 5 por cento. Então, tivemos um primeiro ano positivo no sentido de avançar mesmo em um cenário mundial mais difícil”, disse Alckmin.

“E a segunda mensagem: o presidente Lula fazendo reformas que tiram os gargalos para a gente ter crescimento econômico forte e sustentável. A primeira, para a neoindustrialização, é a reforma tributária, que simplifica, retira a cumulatividade, desonera completamente investimento e exportação, reduz o custo Brasil”, frisou o vice-presidente, sobre a proposta que deve ser votada no Senado ainda nesta semana.

Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil tem, hoje, um potencial único no planeta, pois está inserido em um contexto regional pacífico e tem credenciais singulares quanto ao uso da energia renovável de sua matriz, além de contar com capacidade de alimentar o mundo de forma sustentável e de produzir vários dos insumos para a transição energética.

“Sob a liderança do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, queremos fomentar a industrialização do país, mas fazendo isso de forma sustentável, compatível com o imperativo da descarbonização. O Fórum Brasil de Investimento e os debates e painéis que nos esperam hoje e amanhã são a ocasião perfeita para a aproximação entre o público e o privado e para a divulgação das oportunidades de investimentos no país”, declarou o chanceler.

Apex, inovação do governo do PT

O presidente da Apex, Jorge Viana, destacou que, há vinte anos, Lula criou a agência por meio de lei e que, a partir de então, houve um crescimento significativo das exportações brasileiras.

“Os números falam por si só: quando o senhor criou a Apex e começou o seu governo, o fluxo de comércio exterior do Brasil era de 100 bilhões de dólares. Quando o senhor deixou o governo, oito anos depois, o fluxo de comércio exterior do Brasil com o mundo era de 400 bilhões de dólares. Um crescimento extraordinário. Doze anos depois, o senhor volta ao governo, o povo brasileiro elege Vossa Excelência pela terceira vez, e o fluxo de comércio exterior do Brasil com o mundo está em 600 bilhões de dólares”, disse Viana.

Ele ressaltou também que “a essência para esse fórum de investimentos é o lançamento do novo PAC” e que nenhum outro país no mundo está apresentando um programa tão robusto de atração de novos negócios. “Um investimento que muda a vida dos brasileiros, que gera emprego, que faz com que as parcerias público-privadas possam se estabelecer”, afirmou o presidente da Apex.

Da Redação

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