Lula: com novo Luz para Todos, chegam a 40 as políticas de inclusão retomadas

Solenidade em Parintins (AM) marcou o retorno do programa que visa à erradicação da pobreza energética e ao desenvolvimento social e econômico

Ricardo Stuckert

O presidente Lula, durante relançamento do Luz para Todos, em Parintins (AM), nesta sexta (4)

O governo Lula retomou, nesta sexta-feira (4), em Parintins (AM), o Luz para Todos, que leva energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal. Lançado originalmente em 2003, o programa visa à erradicação da pobreza energética e ao desenvolvimento social e econômico. Nesta nova fase, 500 mil famílias serão beneficiadas até 2026, com investimento de R$ 5 bilhões. No evento, Lula destacou que, a partir do início do ano, já foram retomadas 40 políticas públicas de inclusão, que haviam sido abandonadas.

Desde que foi lançado, o Luz para Todos atendeu a 3,6 milhões de famílias. Nesta nova etapa, o desafio é construir políticas de universalização do acesso e uso da energia elétrica ainda mais justas e inclusivas. Durante o evento, Lula afirmou que a retomada do programa faz parte do esforço do governo para reverter uma série de retrocessos enfrentados pelo país desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

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“Lamentavelmente, depois que deram o golpe na presidenta Dilma Rousseff, porque inventaram uma mentira para tirar ela da presidência da República, esse país desandou, esse país andou para trás até eleger um genocida responsável por quase 700 mil mortes nesse país”, disse o presidente, em referência à condução irresponsável da pandemia da covid-19 pelo negacionista Jair Bolsonaro.

“Nós tivemos um trabalho imenso nesses últimos seis meses para reconstruir tudo o que a gente tinha feito e começar a fazer as coisas novas agora. Nós já recuperamos quarenta políticas públicas de inclusão, e eu voltei para dizer para vocês: a gente vai cuidar da Amazônia”, disse Lula.

O presidente reafirmou que o governo não quer transformar a Amazônia num santuário mundial, “mas cuidar de cada igarapé, a gente quer cuidar de cada animal, a gente quer cuidar de cada passarinho, a gente quer cuidar de cada flor, a gente quer cuidar da nossa água, mas, sobretudo, eu quero cuidar do povo amazônida”.

Linhão Tucuruí

Lula, acompanhado do ministro do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, também inaugurou a conexão de Parintins e Itacoatiara, no Amazonas, e de Juruti, no Pará, ao Sistema Interligado Nacional (SIN), conhecido como “Linhão de Tucuruí”. Há mais de duas décadas esse investimento era aguardado pelos municípios, que passam ter acesso à energia elétrica por fontes limpas e renováveis.

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Atualmente, a região amazônica conta com 211 sistemas isolados, que precisam gerar a própria energia a partir de combustíveis fósseis. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivam nessas localidades e que, com a substituição da matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhão de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera.

Antes da interligação de Parintins ao Linhão de Tucuruí, a cidade dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros desse combustível anualmente. Além dos impactos ambientais, a geração de energia por meio dessa matriz causava poluição sonora e lançava fuligem no ar.

Roraima

Ainda durante a solenidade, o presidente assinou ordem de serviço para incluir Roraima no Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de uma interligação entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável.

Roraima é o único estado isolado do sistema nacional. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025.

Integração energética

Outro ato assinado pelo presidente em Parintins foi um decreto para ampliar as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. Atualmente, o país realiza intercâmbios internacionais com Argentina e Uruguai, além do Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu. O decreto vai permitir realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil.

O texto prevê a possibilidade de importação de energia para atendimento aos sistemas isolados, com o objetivo de reduzir os dispêndios da Conta de Consumo de Combustível (CCC), orçada em R$ 12 bilhões para 2023. Ela representa quase 35% da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gradativa substituição do sistema acarreta redução nos custos da CCC – pago por todos os consumidores de energia elétrica, o que beneficia todos os brasileiros.

O ministro Alexandre Silveira destacou que “dia de hoje vai entrar para a história” e que a conexão dos municípios de Parintins, Itacoatiara e Juriti ao Linhão de Tucuruí vai beneficiar mais de 300 mil pessoas.

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Durante a fala de Silveira, foi projetada, no painel atrás do palco, uma frase dita por Lula em 2003, que foi lida pelo ministro: “Se o grande problema de iluminar Parintins for trazer uma linha de transmissão de Tucuruí para cá, vocês podem ficar certos de que nós vamos trazer”.

Da Redação

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