Lula: “Você não tem soberania, não tem independência com fome” 

Em entrevista a rádio da Bahia, Lula lembra que um país soberano é aquele capaz de cuidar de sua população, e lamenta que Bolsonaro só acene para os mais pobres às vésperas das eleições

Ricardo Stuckert

Lula: "Eu vou conversar com o povo, abraçar e falar: ‘Gente, ó, levanta a cabeça que tem jeito'"

Horas antes de viajar a Salvador, onde participa neste sábado das comemorações do 2 de Julho, data que marca o fim da luta baiana, em 1823, contra forças portuguesas que insistiam em colonizar o Brasil, Lula concedeu, nesta sexta-feira (1º), entrevista na qual discutiu combate à fome, soberania nacional e reconstrução do país.

Falando com a experiência de quem já governou e sabe como fazer, Lula antecipou que, caso volte à Presidência, vai se preocupar não só em restabelecer a harmonia interna do país, mas trabalhar para que o Brasil recupere o respeito de outras nações e volte a ser soberano.

“O Brasil é um país que pode se dar bem com todo mundo. E, como eu quero cuidar do povo pobre, eu quero cuidar da questão ambiental, eu quero cuidar de o povo voltar a comer, eu tenho certeza que vai entrar muito investimento direto aqui neste país”, garantiu ao jornalista Mário Kertész, da Rádio Metrópole (assista à integra no fim desta matéria).

O ex-presidente explicou que, quando os estrangeiros percebem que a vida em um país está melhorando, passam a confiar e investir mais nesse país.

“Para nós, o que interessa é as pessoas lá de fora perceberem que o povo brasileiro está bem. Porque soberania não é apenas o país ser forte e ter independência. Soberania é o povo comer, estudar, trabalhar, ter saúde. É uma coisa mais nobre. Você não tem soberania com fome. Você não tem independência com fome. Esse país, eu provei que era possível mudar. E agora eu estou com muito mais vontade de provar outra vez”, afirmou.

“Bolsonaro acha que pode comprar o povo” 

Lula avaliou que Jair Bolsonaro teve sua chance de mostrar que se importa com a população, mas fracassou. Por isso, disse não acreditar que os auxílios que o ex-capitão corre para aprovar a três meses das eleições vão enganar o povo.

“Bolsonaro sabe que o problema dele se chama povo brasileiro. Povo brasileiro. É por isso que ontem ele mandou várias medidas para dar dinheiro”, ressaltou Lula, lembrando que o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) foi o criador do vale-gás e que a oposição, há muito tempo, defende o aumento de auxílios e um vale para motoristas autônomos.

“Eu acho que o povo tem que pegar o dinheiro, mas não é isso que resolve o problema, porque tudo isso vai acabar em dezembro”, alertou. “Na verdade, o projeto que ele mandou é um projeto eleitoral. Ele acha que pode comprar o povo, ele acha que o povo é um rebanho, ele acha que o povo não pensa, ele acha que o povo vai acreditar em mentira. Não vai. Chega”, acrescentou.

“Levanta a cabeça que a gente vai consertar este país”

Lula disse ainda que as viagens que tem feito pelo Brasil são fundamentais para que ele não perca de vista como vive o povo brasileiro e também para que ele leve uma mensagem de esperança à população, que está massacrada com a carestia dos alimentos e a fome.

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“Quero trabalhar, quero fazer, você vai ver que eu vou viajar mais por este país. Não vou fazer motociata. Eu vou conversar com o povo. É por isso que eu estou indo no 2 de Julho, que é para abraçar, conversar, falar: ‘Gente, ó, levanta a cabeça que tem jeito. Levanta a cabeça que a gente vai consertar este país’. E vamos consertar mesmo”, assegurou.

Da Redação

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