Mais de 30 mil pessoas passaram pela Feira da Reforma Agrária Cícero Guedes

Feirantes e população carioca celebram os frutos da décima primeira Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes

MST

A décima primeira Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes deste ano reforça a luta pela Reforma Agrária no país. Construída coletivamente pela resistência dos povos organizados sem nenhum apoio governamental, a atividade se materializou no Largo da Carioca, de 09 a 11 de dezembro, centro do Rio de Janeiro.

Com o lema da organização popular na luta pela água, florestas e pela terra com vários povos e etnias na construção do poder popular, a atividade foi realizada em um espaço com quase mil metros quadrados. Calcula-se que mais de 30 mil pessoas passaram pelo local, no Largo da Carioca.

“Hoje a estimtiva é que a cada dez alimentos orgânicos na mesa dos brasileiros oitos são produzidos pelo MST”,  destaca o integrante do setor de produção do MST no Rio, Rauni.

Ao todo, durante os três dias, foram comercializados cerca de 150 toneladas de produtos variados, entre agroindustrializados, como cachaça, suco de uva, feijão, farinha, arroz; in natura: mamão, banana, manga, jiló, quiabo, abóbora, entre outras diversidades.

Participaram da feira mais de 200 feirantes de quatro regionais estaduais do MST no Rio de Janeiro, além de produtores dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo e agricultores de outras movimentos e organizações sociais, universidades e instituições de apoio à Reforma Agrária.

A capital carioca apresenta um grande número de trabalhadores informais, fruto da desestruturalização do trabalho. Rauni ressalta a necessidade em melhorar o diálogo com a classe trabalhadora informal para organizar a luta urbana. “A gente encontra muitos trabalhadores em atividades informais na cidade e o MST precisa dialogar e contribuir na organização para melhoria de vida dessas pessoas”, ressalta.

Em 2015 o evento se tornou patrimônio cultural da cidade, das organizações populares e um compromisso com a classe trabalhadora, a partir da aprovação da Lei Ordinária 5999/15. Também faz parte do Calendário Oficial da cidade do Rio de Janeiro através das lutas dos movimentos sociais, que resultou na criação da Lei 6218/2017.

“Nós estamos compondo a nossa feira enquanto resistência para que a gente construa de fato a pauta da Reforma Agrária Popular e a luta pela soberania alimentar no país. A feira representa pra nós do MST um fruto da nossa organização”, destaca Rauni.

Atividades culturais e saberes populares

 

O evento também contou com dez apresentações culturais e o lançamento de três livros pela editora Expressão Popular, estimulando o diálogo de saberes, a formação e debates sobre a luta, e o cuidado dos bens comuns da sociedade.

Foram comercializados livros, materiais didáticos, camisas, bandeiras, bonés e foi montada uma serigrafia popular pelos Sem Terra. Vitória é feirante da equipe da editora Expressão Popular e comenta sobre a importância da popularização do conhecimento, construção da memória e identidade coletiva a partir dessas atividades.

“Para a Expressão Popular é importante mostrar que o MST produz conhecimento, que é uma coisa que muitas vezes as pessoas não vêem. A expressão popular existe há 20 anos, populariza o conhecimento e é fruto da luta do MST e de todos os companheiros e companheiras que constroem essa luta pela terra”, argumenta a feirante.

Espaço do cuidado

 

Os Sem Terra também organizaram o espaço do cuidado, como uma forma de fortalecer a resistência na saúde e manter as pessoas saudáveis na luta. O espaço recebeu uma média de 50 pessoas por dia, atendidas com terapias alternativas como massoterapia, shiatsu e outras atividades de cuidado com o corpo físico e o psicológico para os feirantes.

A expectativa do MST é aumentar o tamanho da feira e a quantidade de feirantes no próximo ano, no Largo da Carioca, chamando atenção da população do Rio de Janeiro, por meio da produção de alimentos saudáveis para necessidade da Reforma Agrária e o desenvolvimento de uma sociedade com justiça social, igualdade e a emancipação dos povos do campo e cidade.

Campanha de Solidariedade

 

Ainda dá tempo de colaborar!

Até o próximo dia 16, o MST mantém a CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE para financiar a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, que este ano não teve apoio do governo do estado, nem da prefeitura do RJ, mesmo havendo emendas parlamentares destinadas para isso.

É possível contribuir com valores a partir de R$ 10,00, acessando o site Catarse http://tiny.cc/nbi4fz.

O valor arrecadado será destinado integralmente aos custos da feira.

Por MST

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