Nas ruas, povo afirma luta pela vida e contra o fascismo

Atos organizados por movimentos, entidades e partidos coloriram as ruas brasileiras com cartazes, faixas e palavras de ordem denunciando o racismo, o fascismo e o descaso de Bolsonaro no combate à pandemia. Manifestações pacíficas respeitaram protocolos sanitários, reuniram profissionais da saúde, torcidas organizadas, comunidade negra, LGBT, indígenas, estudantes, mulheres, professores, artistas, lideranças sociais e politicas. Todos fartos do desgoverno

Guilherme Gandolfi

Manifestação no Largo do Batata, em São Paulo.

A maioria das capitais dos estados do país foram tomadas por milhares de manifestantes neste domingo, 7, alterando o cenário da disputa política no Brasil. De forma pacífica e respeitando os protocolos sanitários, pessoas de todas as idades foram às ruas para protestar contra o governo Bolsonaro.

Desde a manhã até o final do dia, cartazes, faixas e palavras de ordem denunciaram o racismo, o fascismo e o descaso do governo federal no combate à pandemia. Em várias capitais, panelaços de quem optou por ficar em casa se somaram aos manifestantes nas ruas.

Em Brasília, manifestação ocupou a Esplanada dos Ministerios. Foto: Ricardo Stuckert.

As capitais de São Paulo e Rio de Janeiro foram palco das maiores manifestações. Na capital paulista, milhares de manifestantes participaram de evento no Largo da Batata. No Rio de Janeiro, os protestos ocorreram nas ruas centrais da cidade e no bairro de Copacabana, na Zona Sul da cidade.

Expressivas manifestações também foram realizadas em Belo Horizonte, Porto Alegre, Belém, Manaus, Fortaleza, Goiânia e Salvador e outras capitais e cidades do país. A maioria dos eventos ocorreu com sucesso, em clima alegre, sem provocações.

Impondo uma derrota ao bolsonarismo, os atos pelo país foram comemorados por líderes políticos do PT.  “As manifestações nas ruas hoje reforçaram que a maioria dos brasileiros estão defendendo a democracia e o impeachment de Bolsonaro”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE). “Todos unidos contra o racismo e o fascismo em Brasília! #SomosDemocracia #AntiFascista #Antirracista”, ressaltou o líder da bancada do PT no Senado Federal, Rogério Carvalho (SE).

“Vidas negras importam” no Brasil e nos Estados Unidos, lembraram os manifestantes, citando Marielle Franco, o menino João Pedro e George Floyd. Foto: Leo Bahia.

“O sentimento é claro: a luta contra o fascismo no Brasil contemporâneo está só começando. Aguardem”, alertou o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara dos Deputados.

O dia de manifestações começou em Brasília, pela manhã, com marcha pela Esplanada dos Ministérios, afirmando a presença do povo nas ruas. “Recua fascista, recua, é o poder popular que está na rua” e “Fora, Bolsonaro” deram o tom da mobilização na capital federal.

Assim como em outras capitais, a manifestação pacífica reuniu profissionais da saúde, torcidas organizadas, comunidade negra, comunidade LGBT, estudantes, mulheres, professores, artistas, movimentos sociais e partidos políticos.

Os protestos levaram às ruas a denúncia do racismo, lembrado pelo citação de nomes de negros assassinados no Brasil. “Vidas negras importam”, entoaram os manifestantes, invocando nomes de Marielle Franco, do menino João Pedro e do norte-americano George Floyd, assassinado há duas semanas em Minneapolis, asfixiado por um policial branco, o que gerou uma onda de indignação pelas principais cidades dos Estados Unidos.

Nas ruas brasileiras, os profissionais de saúde foram homenageados, enquanto o SUS contou com faixas em sua defesa, em todas as capitais. As manifestações foram solidárias às famílias dos mais dos mais de 33 mil mortos por Covid-19.

Após o término da manifestação em São Paulo, um pequeno grupo de provocadores tentou promover baderna, segundo a Polícia Militar de São Paulo. A exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, ao anoitecer, pequenos grupos dispersos tentaram provocar tumultos e vandalismos.

Juventude foi às ruas em Belém contra o fascismo e em defesa da democracia. Foto: Raimundo Paccó.

Os provocadores foram contidos, derrotando as ameaças feitas por Bolsonaro, que estimulou o embate em declarações públicas durante a semana. Além de insuflar a ação dos provocadores, Bolsonaro também sugeriu que as PMs dos estados fizessem o que “sabem fazer”.

Nos Estados Unidos, as provocações foram creditadas a infiltrados, em muitos casos praticadas por ativistas supremacistas brancos, contrários às manifestações. No Brasil, na semana passada, elementos ligados a grupos nazistas e à organização de extrema-direita, Pravy Spektor, de origem ucraniana, foram responsáveis pelas provocações.

Da Redação

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