O “fracassado”: Bolsonaro é incapaz de resolver crise ambiental brasileira

Nesta terça-feira (27), Bolsonaro criou entraves para os recursos do G-7, fugiu do assunto em reunião com governadores da Amazônia Legal e atacou reservas indígenas

Isac Nóbrega/PR

Em junho, Jair Bolsonaro (PSL) foi incluído em uma lista de “fracassos de liderança” na pauta ambiental pela Organização das Nações Unidas (ONU). Agora, diante da crise causada pelos incêndios criminosos na Amazônia, ele prova que não tem capacidade para resolver o problema e, no lugar de discutir soluções, ataca os direitos indígenas – mostrando que o documento da ONU estava certo ao defini-lo como um fracasso.

A incapacidade de Bolsonaro foi provada duas vezes na tarde desta terça-feira (27). Em reunião com os governadores da Amazônia Legal, ele fugiu do problema e atacou as reservas indígenas, mentindo para a audiência que acompanhou a transmissão do encontro ao vivo. No mesmo dia, criou impasses para o recebimento de recursos do G-7 que seriam destinados a combater os incêndios na floresta.

Reunião com governadores

Em reunião com os governadores da Amazônia Legal, Bolsonaro comprovou que sequer conhece a região e não tem propostas para solucionar a crise, incentivada por seu discurso anti-ambientalista. Ele chegou a confundir Acre com Rondônia e, em um discurso vago, adiou a apresentação de propostas, mas sem explicar o que pretende fazer.

Como noticiou a Folha de S. Paulo, Jair “colocou em segundo plano a série de queimadas pelo país e priorizou ataques a reservas indígenas”. Ele disse que não vai demarcar territórios e que há índios que não falam português.

Falou ainda que a política de demarcação de terras é uma “psicose”. Política essa que protege a vida dos povos indígenas e, consequentemente, a identidade do povo brasileiro.

No encontro, ele parecia mais preocupado em tentar melhorar sua imagem diante do público que acompanhava a transmissão ao vivo do que em discutir a devastação da Amazônia. Ainda de acordo com a reportagem da Folha, Bolsonaro “discursou com foco em seu eleitorado e olhando diretamente para a câmera, não para os governadores presentes”.

O desespero em tentar agradar seus eleitores se baseia no fato de que a avaliação negativa do seu governo saltou de 19% para 39% entre fevereiro e agosto, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta segunda-feira (26). O levantamento mostra ainda que 70% do povo brasileiro desaprova sua gestão. Fora do país, Jair tem sido alvo de constantes críticas de diversos países.

Impasses para recursos do G-7

Não contente com a sua incapacidade de buscar soluções para a crise, Bolsonaro tem minado as cooperações internacionais para proteção da Amazônia e perdido recursos milionários com sua desastrosa política ambiental. Primeiro, Alemanha e Noruega anunciaram o fim de repasses que somam R$ 283 milhões para o Fundo da Amazônia com a alegação de que o governo brasileiro deixou de cumprir o acordo.

Ele também foi acusado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, de mentir sobre a pauta ambiental durante as discussões sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Diante da crítica, Bolsonaro e seus apoiadores deram início a uma sucessão de ataques contra o líder francês.

Macron foi chamado de “cretino” pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, e de “idiota” pelo filho 03 de Bolsonaro, Eduardo – aquele que está sendo cotado para a embaixada brasileira em Washington sob o argumento de ter fritado hambúrguer nos Estados Unidos. E a baixeza não para por aí: Jair atacou a primeira-dama francesa Brigitte Macron, ao endossar um comentário machista contra ela.

Questionado sobre a crise diplomática que se estabeleceu entre os dois países com as declarações de Bolsonaro e sua turma, o líder francês disse esperar que “os brasileiros tenham logo um presidente que se comporte à altura”.

Diante da crítica, Jair criou um impasse para receber uma verba de R$ 83 milhões prometida pelo G-7 para ajudar a combater os incêndios na Amazônia. Ele afirmou que só vai aceitar o valor se Macron retirar o que disse sobre ele, colocando seu ego acima dos interesses nacionais.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações de Folha de S. Paulo

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