Petroleiros em estado de greve contra privatização da Petrobras

Após várias assembleias em Pernambuco e Paraíba, categoria decidiu que responderá com uma greve nacional caso o governo insista em privatizar a Petrobrás

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Petroleiros mobilizados em defesa da soberania

Após uma série de assembleias nas últimas semanas, os petroleiros das bases da Petrobras em Pernambuco e na Paraíba optaram pela deflagração do estado de greve na categoria, visando alertar a sociedade e preparar a realização de uma greve dos trabalhadores da estatal, se o projeto de privatização anunciado pelo presidente Bolsonaro for encaminhado ao Congresso em 2022.

Apesar das notícias recentes de recuo na privatização da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, e de retomada nos investimentos pela conclusão das obras desta unidade, a Petrobras não nega que a intenção seja a de colocá-la novamente no radar de venda assim que finalizadas as obras. Esta informação reforça a intenção dos petroleiros em Pernambuco por reforçar a greve nacional.

“Não é razoável admitir que se busca fazer um investimento estratégico para o país e para o estado, para depois desse investimento com dinheiro público, entregar a refinaria para a iniciativa privada ou ainda mesmo pública só que de outro país. 2022 será um ano de resistência em defesa da RNEST em Pernambuco, dos empregos da categoria petroleira e da economia na região”, anuncia o Sindipetro PE/PB.

Apesar do avanço na venda de ativos da empresa que foram concluídos em 2021, a Petrobras continua sendo o principal acionista, respondendo por 76% da petroleira, que está entre as 35 maiores do mundo.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que desde 2015 a Petrobras se desfez de 78 ativos, sendo os últimos a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e a Unidade de Industrialização de Xisto (SIX), vendidas pelo governo Bolsonaro e que já estão sendo alvos de questionamentos na Justiça.

Privatizações questionadas

A REMAN, em Manaus, foi vendida por 189,5 milhões de dólares, o que equivale a R$ 994,15 milhões. Porém, o Instituto de Estudo Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) denuncia uma subvalorização de aproximadamente 70% do valor de mercado do ativo, tendo o valor real orçado em aproximadamente 279 milhões de dólares.

Outra denúncia que está sendo feita depois da venda é contra a Acelen, empresa do fundo árabe Mubadala, que gerencia a RLAM, no litoral baiano.

Recentemente, após a administração da Petrobrás anunciar a orientação pela redução de preços na venda de gasolina pelas refinarias da estatal em 3,13%, a gestão do grupo estatal árabe se negou em reduzir o valor de venda do combustível.

Além disso, desde que assumiu a administração da refinaria, a Acelen deixou sem combustível os navios do Terminal Marítimo Madre de Deus, principal ponto de escoamento da produção de combustível na região, sem dar previsão para retomada no abastecimento.

Da Redação, com Brasil de Fato e Sindipetro PE/PB

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