STF revoga liminar e libera retomada de investigação contra Flávio Bolsonaro

Entre os procedimentos que estavam paralisados está o que envolve o senador Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, ambos são investigados por desvio de dinheiro da Alerj

Carlos Moura/STF

Liminar de Toffoli suspendia, desde julho, as investigações que utilizavam dados compartilhados

O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, na quinta-feira (28), a liminar do ministro Dias Toffoli que, desde julho, suspendia mais de 900 investigações que utilizavam dados fiscais e bancários sigilosos de contribuintes.

A ação é consequência da decisão da Corte de liberar, sem autorização judicial prévia, o compartilhamento de informações de órgãos de fiscalização e controle com o Ministério Público e autoridades policiais.

Entre os procedimentos que estavam paralisados está o que envolve o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) e Fabrício Queiroz, ex-assessor dele – ambos são investigados por desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

No caso, foram usados dados repassados sem autorização da Justiça pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atual Unidade de Unidade de Inteligência Financeira (UIF). Com a revogação, o processo volta a tramitar imediatamente, segundo Pedro Martinez, advogado criminalista e especialista em Direito Penal.

Segundo o especialista, contrário à decisão do STF, tanto a defesa de Flávio quanto outras que discutem a mesma tese devem entrar como novas ações para parar investigações a partir de dados compartilhados.

“Eu sou um dos que acham que isso é uma violação do sigilo, que não poderia haver isso sem a autorização judicial. Então, nós vamos continuar alegando isso nas ações, com certeza. Podem surgir mais casos que possam mostrar como isso está errado. Nada é estanque”, afirma.

Martinez diz acreditar que a defesa do filho do presidente vai tentar outras estratégias para barrar a investigação, em razão da violação do sigilo. “Por essa via [o STF], como é um caso que está acontecendo agora, no calor dos fatos, eu acho que vai ser difícil barrar. Mas a defesa pode, sim, conseguir argumentos que barrem de novo o caso. Ou pode, lá na frente, rediscutir isso, o que vai causar uma nulidade, por conta da ilegalidade dessas provas. É algo que fica em aberto”.

Questionado pelo Brasil de Fato sobre a retomada da investigação contra o senador, o Ministério Público do Rio de Janeiro se limitou a dizer que “o procedimento permanece sob sigilo”.

Confira a reportagem completa aqui.

Por Brasil de Fato

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