Faltam vacinas: apenas 11,57% da população tomou duas doses

Cronograma do Plano Nacional de Imunização atrasa novamente e mais de sete capitais já suspenderam a aplicação da primeira dose

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Várias capitais estão sem vacinas nesta semana

Sete capitais brasileiras amanheceram nesta quarta-feira (23) com a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid suspensa. Por falta de doses, Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, João Pessoa, Porto Alegre, Rio Branco e Salvador reduziram a quase zero a imunização, segundo o portal G1.

Há casos em que os estoques estão vazios ou as doses estão reservadas para a segunda aplicação ou grupos prioritários. Isso impede a expansão da inclusão para novas faixas etárias, restringe a vacinação apenas às pessoas que precisam receber a segunda injeção e atrasa – mais uma vez – o cronograma do Plano Nacional de Imunização (PNI).

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou nesta terça-feira (22) a 65.654.739 (31% da população total). Entre os mais de 65 milhões de vacinados, 24,5 milhões receberam a segunda dose, o que representa 11,57% da população. Os dados foram publicados pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Na capital paulista, que retomou a campanha após o apagão de vacinas desta terça (22), há relatos de enormes filas, confusão sobre faixa etária e desistências de pessoas por causa do tipo de vacina disponível nos postos de saúde. A Coronavac vem sendo rejeitada, depois da notícia de que está em andamento no Ministério da Saúde a criação de um plano de ação para vetar o uso do imunizante no Brasil.

“Sempre tivemos a política de não usar a segunda dose, mas, tendo em vista o volume de pessoas que foram se vacinar, e por conta do atraso na entrega de vacinas, a prefeitura optou por usá-la para poder evitar mais transtornos. Aguardamos que a vacina chegasse para que a gente continuasse, mas não aconteceu. Então, nós reestruturamos”, afirmou à imprensa o prefeito paulistano, Ricardo Nunes.

Em Aracaju, a vacinação foi suspensa no último final de semana, quando 100% das vacinas destinadas à primeira dose se esgotaram. O município aguarda a chegada de mais imunizantes. A Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe afirma que não há previsão de chegada de vacinas.

Em João Pessoa ocorreu o mesmo, e a prefeitura informa que só retomará a imunização com a chegada de um novo lote. A prefeitura de Porto Alegre também aguarda novos lotes para retomar a aplicação da primeira dose. Em Florianópolis, apenas lactantes, gestantes e puérperas com agendamento poderão receber a primeira dose.

Em Salvador, o secretário de Saúde, Léo Prates, afirmou que a vacinação deve ser retomada apenas na sexta-feira (25). Em nota, a prefeitura salientou que já foram imunizados os que precisavam completar o esquema vacinal, com data marcada até 30 de junho.

Em Campo Grande, a Secretaria de Saúde afirmou que haverá a aplicação da segunda dose da Coronavac, que atrasou devido à interrupção no fornecimento pelo Ministério da Saúde. Em Rio Branco, está suspensa a aplicação da primeira dose para o público em geral. Apenas grávidas e mulheres no pós-parto podem recebê-la.

Em Cuiabá, a Secretaria de Saúde informou que a capital recebeu a Coronavac apenas para lactantes e segunda dose dos atrasados, e por isso deve suspender a primeira dose para os demais grupos a partir desta quarta. Natal, Curitiba, Goiânia e Belém também alertam para a possibilidade de suspensão da primeira dose até o fim da semana.

Governo continua distorcendo a realidade

No último sábado (10), a Casa Civil da Presidência da República divulgou nota sobre os 900 dias do desgoverno Bolsonaro em que afirmou que mais de 110 milhões de doses de vacinas já haviam sido enviadas a todos os estados, o que colocaria o país em quarto lugar no ranking mundial de países que mais aplicam vacinas. “Até o fim do ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados”, promete o texto.

Profissionais da saúde contestaram as informações. O quarto lugar no ranking mundial de países que mais aplicam vacinas, por exemplo, considera o número total de vacinas aplicadas. Mas em relação ao percentual da população vacinada, o Brasil está em 71ª posição, considerando a primeira e segunda doses aplicadas.

A gente atrasou a nossa vacinação e principalmente a chegada de um lote grande de vacinas, de uma remessa grande de vacinas. O nosso processo de vacinação, ele só começou agora, no segundo trimestre. Então, a gente perdeu um espaço, um tempo muito grande para vacinar a população. Ter um número grande de pessoas vacinadas não significa uma boa cobertura vacinal”, declarou o infectologista Alberto Chebabo.

“Eu diria que esse documento inclusive é de uma gigantesca desfaçatez”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), para quem “o governo imagina que a população brasileira não tem memória”.

“Além daquele fato dramático de pessoas morrendo sem oxigênio em Manaus, a falta de oxigênio em diversas partes do país tem sido uma constante. O esgotamento do número de leitos de UTI é outra realidade importante. E o mais grave de tudo é a vacinação que caminha a passos de tartaruga”, disse o integrante da CPI da Covid.

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou nesta terça-feira (22) a 65.654.739 (31% da população total). Entre os mais de 65 milhões de vacinados, 24,5 milhões receberam a segunda dose, o que representa 11,57% da população. Os dados foram publicados pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Da Redação

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