Governo Bolsonaro mostra, de novo, que mente e sabota acesso a vacinas

Brasil é único país em desenvolvimento a não apoiar flexibilização de patentes para acelerar acesso ao imunizante. No Twitter, Araújo é desmentido por Gilmar Mendes

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O presidente Jair Bolsonaro promoveu, na quarta-feira (10), um ato no Palácio do Planalto no qual tentou mostrar serviço na compra de vacinas contra a Covid-19. No mesmo dia, porém, seu governo sabotava o acesso dos países em desenvolvimento às doses e produzia uma mentira internacional para fugir de sua responsabilidade diante do caos que o país enfrenta.

A sabotagem ocorreu na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que voltou a discutir a quebra de patentes para dar mais acesso a vacinas e tratamentos aos países em desenvolvimento. Entre as cem nações assim classificadas, o Brasil foi a única a se opor à proposta, apresentada em outubro do ano passado por Índia e África do Sul.

A ideia, que voltará a ser debatida em abril, é copatrocinada por mais de 100 países e apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que denuncia o fato de as vacinas estarem nas mãos dos ricos. Para se ter uma ideia, 65% das doses contra a Codiv-19 aplicadas até agora foram administradas nos Estados Unidos, na China, na União Europeia e no Reino Unido. O Brasil, porém é contra a ideia desde o início porque a diplomacia brasileira, sob o comando de Ernesto Araújo, não quer enfrentar as empresas multinacionais de medicamentos, algo que o governo Lula fez com o Efavirenz, remédio para controle do HIV/Aids.

Desmentido vergonhosamente

Ernesto Araújo, aliás, foi também o autor da mentira contada pelo governo Bolsonaro na quarta-feira. Ao rebater uma reportagem da CNN americana sobre as mortes por Covid-19 no Brasil, na qual Bolsonaro foi responsabilizado pelo descontrole da doença, Araújo foi ao Twitter e apelou à mentira de que o Supremo Tribunal Federal (STF), em abril de 2020, impediu o governo federal de adotar medidas como distanciamento social, deixando-as nas mãos de prefeituras e governos estaduais.

Acabou desmentido pelo ministro Gilmar Mendes, que respondeu na rede social, em inglês: “FAKE NEWS! A verdade é que o Supremo Tribunal Federal decidiu que as administrações federal, estadual e municipal têm competência para adotar medidas de distanciamento social. Todos os níveis de governo são responsáveis pelo desastre que enfrentamos”, escreveu Mendes.

Araújo também afirmou que o governo federal enviou US$ 98 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões) para auxiliar os estados no sistema público de saúde. Segundo o Portal da Transparência, o governo gastou R$ 416 bilhões no total em 2020 no combate à pandemia.

Aos estados, foi repassado o montante de R$ 60,1 bilhões em MP assinada por Bolsonaro em ações contra a Covid-19. Os governadores já haviam questionado anteriormente os números divulgados pelo governo em ajuda aos estados na pandemia.

Previsão de vacinas é reduzida

De mentira em mentira, o governo deixa o país sem vacina. Na quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, enviou ao Congresso mais um cronograma de vacinação. Na véspera, o general afirmou que o Brasil receberia, neste mês, de 22 milhões a 25 milhões de doses.

A quantidade é menor do que a previsão que havia sido divulgada pelo Ministério da Saúde no dia 6. No último documento, a pasta contabilizava 30 milhões de doses. A redução é a quinta feita nas previsões de doses a serem entregues em março.

Da Redação

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