Papa pede a líderes mundiais que promovam vacinas para todos

“Convoco toda a comunidade internacional ao compromisso de superar as desigualdades na distribuição das doses e de promover a partilha”, disse Francisco

Foto: Filippo Monte Forte

"No espírito de um 'internacionalismo das vacinas', convoco toda a comunidade internacional ao compromisso de superar as desigualdades na distribuição [das doses] e a de promover a partilha [delas], especialmente às nações mais pobres”, clamou Francisco

Com destaque na imprensa internacional, incluindo o americano New York Times, o Papa Francisco pediu neste domingo (4) que líderes mundiais promovam acesso universal às vacinas produzidas contra a Covid-19, em especial para os países pobres.

“No espírito de um ‘internacionalismo das vacinas’, convoco toda a comunidade internacional ao compromisso de superar as desigualdades na distribuição [das doses] e a de promover a partilha [delas], especialmente às nações mais pobres”, clamou Francisco, em mensagem de Páscoa no Vaticano.

Francisco também pediu aos governos que forneçam auxílio para que as famílias afetadas pela pandemia possam ter um “sustento decente” e condenou os conflitos armados no planeta.

“A crise social e econômica é muito grave, especialmente para os mais pobres, e, apesar de tudo (e isso é escandaloso), os conflitos armados não cessam, e os arsenais militares são reforçados”, disse. ”Há ainda muitas guerras e muita violência no mundo! Que Deus, que é a nossa paz, ajude-nos a superar a mentalidade da guerra”, afirmou.

Em entrevistas recentes para diversos veículos da mídia internacional, o presidente Lula apelou às principais lideranças mundiais para que reúnam o G20 (o grupo das maiores economias do mundo) em busca de uma política comum de combate à pandemia.

Atraso nas vacinas

O quadro da cobertura vacinal brasileira não deverá ser alterado a curto prazo, afetando, portanto, o ritmo de imunizações e o controle da pandemia de Covid-19. A avaliação é do diretor do Instituto Butantan Dimas Covas, responsável no país pela produção da Coronavac. Na semana passada, o governo reduziu para quase metade a previsão de vacinas para abril. O ritmo lento das imunizações no país tem levado jovens brasileiros a cruzarem a fronteira com o Uruguai para garantir vacinação.

“Não adianta hoje o ministério falar que precisa, precisa, precisa de vacina”, declarou Covas, em entrevista ao Valor. “O ministério está tendo dificuldade de arrumar vacinas e não é só a do Butantan, está com dificuldades em relação a todas as vacinas exatamente por isso, todo mundo já se comprometeu, todos têm seus compromissos e estão cuidando de manter esses compromissos. Avançar nisso é muito difícil porque a demanda mundial é muito grande”, avaliou o diretor.

O Butantan depende de insumo fabricado na China para produzir doses da Coronavac . Covas aponta dificuldades na aquisição em função da alta demanda da própria China pela matéria prima. O diretor também demonstra preocupação com a alta transmissão da doença no país e prevê um mês muito duro.

O diretor defende medidas nacionais de combate à pandemia para que a população fique em casa. “Eu não posso, por princípio, dizer que é impossível, ‘eu não vou fazer porque é impossível, porque não vai ter adesão’. Eu, então, estou admitindo que vamos continuar tendo esse número de casos, de internações e de óbitos”.

Jovens cruzam fronteira do Uruguai por vacinas

Reportagem da BBC relata nesta segunda-feira (5) que jovens brasileiros estão cruzando a fronteira com o Uruguai para se vacinar. Com uma campanha acelerada de vacinação, o Uruguai pretende atingir a meta de imunizar 70% da população até o fim de junho.

De acordo com a reportagem, moradores com dupla cidadania de Santana do Livramento têm se vacinado em Rivera, no Uruguai. “Foi fascinante, uma surpresa muito boa. Não esperava ser vacinado tão rápido, porque estava aguardando no Brasil, onde demoraria muito, muito mesmo”, afirmou um jovem ouvido pela BBC.

Da Redação, com informações de Valor, BBC e Folha

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