Pimenta assume liderança do PT com objetivo de frear reforma

O deputado gaúcho sucede Carlos Zaratini (PT-SP) com objetivo de reforçar o direito de Lula ser candidato e evitar aprovação da Reforma da Previdência

Gustavo Lima/Agência Câmara

Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS)

Com o objetivo de barrar a Reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Michel Temer e defender a democracia e o direito de Lula ser candidato, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) assumiu nesta terça-feira (2) a liderança da bancada petista na Câmara dos Deputados.

O deputado gaúcho sucede Carlos Zaratini (PT-SP), que esteve à frente da bancada durante todo o ano de 2017.

“Vamos iniciar uma jornada de mobilização em todo o País, que vai culminar no dia 24, quando Lula, indevidamente, será julgado pelo TRF-4”, afirma Pimenta, escolhido por unanimidade pelos seus colegas de partido.

“Essa mobilização social continua em fevereiro para impedir que a Câmara aprove a proposta do governo Temer de acabar com a previdência social no Brasil”, prossegue.

De acordo com Pimenta, a bancada petista estará em Porto Alegre já no dia 22, mobilizada na defesa de Lula. “Eleição sem Lula é fraude. É ilegítima. Não vamos legitimar o golpe, por isso Lula será candidato em qualquer cenário”, afirma.

Como forma de fortalecer a defesa de Lula, o PT e movimentos sociais de esquerda já começaram a organizar as atividades para os dias que antecedem o julgamento do ex-presidente no Tribunal Regional Federal (TRF 4).

A começar no dia 13 de janeiro, o leque de atividades abarca acampamento do MST, ato das mulheres e debate público com juristas, entre outras ações.

Até lá, lideranças do PT e a bancada trabalham no fortalecimento, ampliação e criação dos comitês em defesa da democracia. “Vamos incentivar e participar da criação dos Comitês”, diz o deputado.

“Dia 24 não é o final de nada. A bancada estará mobilizada em Porto Alegre e percorrerá o Brasil defendendo o direito de Lula ser candidato”.

O anúncio de que Paulo Pimenta comandaria a bancada do PT foi feito no dia 12 de dezembro, durante ato em Brasília que contou com a participação do Presidente Lula. A comunicação oficial à Câmara dos Deputados, no entanto, foi realizada nesta terça.

Na Câmara, a bancada do PT terá o desafio de barrar a Reforma da Previdência e conter os retrocessos empenhados pelo governo golpista de Temer e de sua base aliada.

“A bancada já foi incansável em 2017. Vamos ampliar nossa presença nas ruas, denunciando os efeitos da reforma e os parlamentares que votarem com o governo golpista”, diz Pimenta.

“No parlamento, vamos buscar a unidade da oposição em uma verdadeira ‘guerrilha no plenário’ para obstruir e impedir a votação da proposta de reforma”.

Para ele, 2018 será o início da “nova etapa da nossa mobilização”, que inclui a luta contra “tentativas de novas privatizações, em especial da Eletrobras”. “Teremos uma atenção grande com a Petrobras também”, complementa o deputado.

Na área da educação, Pimenta destaca a luta contra a tentativa de sucateamento do ensino superior público e contra o ataque à autonomia das Universidades e Institutos Federais.

“Um outro assunto que a bancada vai trabalhar é o ativismo partidário de setores do judiciário, do MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal), que é uma afronta à Constituição Federal e terá duro combate da bancada, com denúncias dentro e fora do Brasil”, assegura.

“Esse estado policial com a passividade do judiciário e cumplicidade da grande mídia hoje representam um risco real ao Estado Democrático de Direito no Brasil”, opina Pimenta.

Por fim, o deputado pretende fortalecer “a denúncia da Globo como articuladora da narrativa do golpe”. “O debate sobre os oligopólios da mídia no Brasil é imperioso. O fortalecimento de uma rede alternativa de comunicação, que ofereça alternativas, é um grande desafio para nós”, conclui.

Perfil do deputado Paulo Pimenta

Paulo Pimenta é deputado federal desde 2003. No ano anterior, venceu a sua primeira eleição para o Congresso Nacional com a maior votação obtida por um candidato da região central do Rio Grande do Sul e o mais votado pelo PT no interior do estado.

Logo nos primeiros quatro anos, teve atuação de destaque como relator da CPI do Tráfico de Armas e da Lei do Entorpecente (7134/02), que deu origem à Nova Lei de Drogas do Brasil.

Quatro anos depois da sua chegada à Câmara, Paulo Pimenta conquistou a reeleição com 104.430 votos. O parlamentar renovou seu mandato por mais quatro anos em 2010, graças ao voto de 153.172 eleitores, que deram a ele o posto de deputado mais bem votado pelo PT no Rio Grande do Sul.

Na eleição seguinte, repetiu o feito. Na Câmara, Pimenta atuou também como vice-líder do PT na Câmara durante o governo Lula e, recentemente, foi considerado o parlamentar mais influente das redes sociais em levantamento feito pela agência de comunicação FSB, que possui um ranking próprio para definir a atuação de políticos nas plataformas de rede social.

Entre os seus principais projetos de lei como deputado federal estão o de Apoio ao Estudante Fies (PL 4945/09) e o Cidadão Digital (PL 4805/09), ambos apresentados pelo parlamentar em 2009.

O primeiro prevê facilitar aos estudantes a regularização de dívidas dos alunos que buscaram o FIES (Financiamento de Ingresso ao Ensino Superior).

Já o segundo busca facilitar a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular, permitindo aos cidadãos assinarem essas proposições pela internet, da mesma forma como se faz com petições e abaixo-assinados, instrumentos muito difundidos entre os internautas.

Também naquele ano, Pimenta tornou-se relator da CPI da Violência Urbana, que discutiu um novo modelo de segurança pública para o país.

Desde então, assumiu função de destaque na defesa do Governo de Dilma Rousseff, na luta contra o golpe, e tem protagonizado – junto a outros parlamentares e político de destaque do PT – a denúncia dos desmandos do governo golpista de Michel Temer e a tentativa de obstruir as propostas que açoitam os diretos dos trabalhadores do País.

Paulo Pimenta exerceu dois mandatos de vereador em Santa Maria, sua cidade natal, no interior do Rio Grande do Sul. Na Assembleia Legislativa do Estado, atuou como deputado de 1998 a 2000, ano em que retornou à sua cidade natal como vice-prefeito e, depois, secretário-geral de governo e de finanças do município.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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