Kokay: Bolsonaro leva à falência seu próprio discurso de combate à corrupção

“O juiz decretou quebra de sigilo telefônico do seu filho, que ele tentou proteger de todas as formas para que não sofresse qualquer investigação”, lembrou a deputada

Gustavo Bezerra

A deputada Erika Kokay (PT-DF) usou a tribuna do plenário na quarta-feira (18) para criticar as medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de seu primeiro ano de governo. Erika também falou sobre as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

“Nós estamos vendo nesta legislatura a construção de uma bancada de ódio que atende a uma regência do presidente da República, que estabelece uma grande narrativa pautada na eliminação do outro. Esse presidente não consegue responder à falência do seu próprio discurso de combater a corrupção. O juiz decretou quebra de sigilo telefônico do seu filho, que ele tentou proteger de todas as formas para que não sofresse qualquer investigação”, denunciou a parlamentar.

O Ministério Público realizou buscas e apreensões em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro, para que ele se explique. “Esse presidente nunca responde onde está Queiroz, que foi protegido, e não responde quem mandou matar Marielle”, afirmou Erika.

Fundo Eleitoral

 

Erika lembrou ainda que quem enviou a proposta do Fundo Eleitoral para o Congresso Nacional foi o próprio presidente da República. “Quem encaminhou essa proposta foi o governo Bolsonaro, de 2 milhões de reais de um fundo que existe desde 2017”. Para ela, Bolsonaro vai vetar a própria proposta para penalizar o PSL e o PT, porque para ele “esses partidos não têm que ter recursos para disputar a eleição”.

“Um presidente ou qualquer gestor ou qualquer pessoa que ocupa um cargo público não pode agir de acordo com sentimento de vingança, mesmo porque se utilizar do cargo para punir adversários, para dizer que adversários não têm que ter direitos, nesse caráter discricionário e absolutamente autoritário, significa corrupção”, apontou.

Erika defende o financiamento público para as campanhas. “Se o financiamento é público, ele pode ser analisado, tem transparência e, ao mesmo tempo, o financiamento público dá igualdade de condições para que não tenhamos um Parlamento que seja um pacto de bengalas, de cartolas e de casacas; para que tenhamos mais mulheres, para que tenhamos mais negros, para que tenhamos mais indígenas, para que tenhamos mais trabalhadores e trabalhadoras”.

“Esses que dizem: ‘Ah, mas não podemos ter recursos para o fundo eleitoral, porque temos que ter recursos para a saúde e para a educação’, estão de acordo com Emenda Constitucional nº 95, que congelou os gastos com saúde e com educação. Estão de acordo que nós tenhamos tanta retirada de direitos”, recordou a deputada.

Governo dos pobres?

 

Erika destacou projetos que o governo colocou em prática, que retiram direitos e prejudicam os mais pobres. “O presidente está retirando direitos não apenas dos trabalhadores e trabalhadoras com a medida provisória nº 905, em que jovens vão pagar pelos seus próprios salários, abrindo mão dos seus direitos como 13º, férias, que serão diferidos, esses benefícios, durante os 12 meses, ou do recurso do FGTS, da própria multa do FGTS. Esse governo quer taxar desempregados”.

“E vem aqui dizer que é um governo que defende os pobres, com a fome voltando ao Brasil, com a informalidade voltando, com o desemprego na proporção que está? Se nós somarmos desalentados, que trabalham por conta própria, e desempregados, são mais de 50 milhões de brasileiros e brasileiras”, finalizou Erika Kokay.

Por PT na Câmara

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