Pimenta rebate ataques de Bolsonaro ao STF: covarde e antidemocrático

Na opinião do parlamentar petista, a postagem de Bolsonaro é uma ameaça à democracia e ao Estado democrático de direito

Gustavo Bezerra

Paulo Pimenta

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), rebateu hoje (29) os ataques por redes sociais feitos pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal e a outras instituições, todas tachadas por ele de hienas enquanto se colocava como um leão. Na opinião do parlamentar petista, a postagem de Bolsonaro é uma ameaça à democracia e ao Estado democrático de direito. “Estamos diante de uma organização criminosa com relação com milicianos que despreza a democracia e coloca em risco a estabilidade democrática no País”, alertou.

Pimenta advertiu que o comportamento de Bolsonaro é preocupante, ao tratar membros da Suprema Corte como hienas. “Trata-se de uma afronta, sobretudo se utiliza como metáfora que (as hienas) precisam ser mortas”. O líder citou o fato de Bolsonaro ter-se encontrado com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que é suspeito de mandar assassinar o jornalista Jamal Khashoggi, morto e esquartejado no interior das dependências da embaixada da Arábia Saudita na Turquia. Jair Bolsonaro afirmou ter “certa afinidade com o príncipe”.

Para Pimenta, a atitude “tresloucada” de Bolsonaro demanda dos presidentes do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma enérgica reação, assim como já o fizeram os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, do STF.

Conduta patológica

O líder petista disse que o caso de Bolsonaro demanda um profundo estudo psicológico, já que normalmente “quem se apresenta como leão se enxerga no espelho como gatinho; há algo de natureza patológica a ser examinada na conduta do presidente da República”.

Segundo Pimenta, Bolsonaro é um “covarde”, pois, como faz normalmente, “não sustenta o que diz”, e retirou a postagem. O problema, acrescentou o parlamentar, é que os ataques ao STF, à CUT, à ONU e a partidos políticos – inclusive o PSL, do próprio presidente da República –  foi usado “pelos robôs do exército nazifascista que Bolsonaro alimenta nas redes sociais” para disseminar fake news, mentiras e ataques a adversários e instituições, como fez durante a campanha presidencial de 2018 e continua a fazê-lo desde que assumiu a cadeira de presidente da República.

Afronta ao STF

Segundo Pimenta, o Brasil está nas mãos da “família Metralha”, já que paira a suspeita sobre a família Bolsonaro de envolvimento com milicianos no Rio de Janeiro. Ele disse que os Bolsonaro têm agido com desespero possivelmente devido à recente divulgação de gravações de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Pimenta observou que Queiroz recebeu em suas contas dinheiro de familiares de milicianos e é suspeito de pagar contas da família Bolsonaro, inclusive da primeira-dama Michele Bolsonaro.

Cortina de fumaça

O líder do PT lembrou que o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, classificou como deplorável e rasteira a publicação de um vídeo na conta de Jair Bolsonaro no Twitter, em que se compara a um leão cercado por hienas tachadas como STF, ONU, partidos políticos e a mídia.

Para o ministro, o vídeo é uma cortina de fumaça para distrair a atenção e ofuscar os áudios de Fabrício Queiroz, que é investigado por suspeita de comandar esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, no Rio de Janeiro.

O decano da Corte, ministro Celso de Mello, também expressou repúdio. Ele reagiu com indignação ao vídeo publicado por Jair Bolsonaro. “Constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente”.

Por PT na Câmara 

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